Onde por a mão!

quinta-feira, 13 de março de 2014



Em um ônibus, com pensamentos soltos, eis que ouço, desinteressadamente, um relato sobre um projeto de casal que após saborear uma quente noite de amor não curtiu nem o amanhecer. Tudo porque ela o viu vasculhando o celular enquanto concluía o banho. Moral da história?
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Naquele momento, onde a minha atenção não alcançava nem 10%, fiz cara de 'nossa'. E depois? Depois soltei: Foi mesmo?
Não estava nem um pouco disposta a dividir opinião. Queria mais era ver a paisagem verde e sentir o vento cortando o rosto (que nem cachorro quando põe a cara na janela do carro).
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Passado alguns dias fui novamente posta contra a parede (um saco argumentar sobre o que não se quer). Mais uma vez fiz bico. Franzi os olhos e grunhi um: Jure? 
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Não se passou nem meia hora daquele mesmo dia e sou novamente questionada. Pronto! Acabou minha paciência e rasguei o verbo.
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Pow! Diabos! Minha análise sobre ter acesso direto ou não a itens protegidos/bloqueados (entenda: celular, email, rede social, cartão de crédito...) do parceiro pode mudar o planeta? Não né? Então, caramba!
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Ai. Eis que acesso o Facebook e me deparo com a página Madame Franqueza. Pimba! Soltei uma risada maléfica! Aquelas risadas altas e assustadoras as quais todos que estão ao seu redor te olham e condenam por nada entenderem. 

"Hoje em dia no relacionamento você pode pegar na bunda, nos peitos, nas coxas. Só não pode pegar no celular, nas mensagens ou no inbox do Facebook, que aí é falta de respeito.". 

Depois de uma dessa, bem no meio da cara, dá para falar algo? Dá! Dá sim! Minha visão é bastante peculiar, no entanto, é cuidadosa e quadrada (ala vovó). Poxa, se você se mete a namorar/esfregar, noivar/treinar, casar/procriar... Fu! Fu! Perdeu boy! Ferrou gata!

E atirem pedras! Paralelos! Você se dispõe a juntar os corpos, a saliva, programas de índios e tudo o que um casal 'patético' tem direito. Mas não pode atender um telefonema no celular dele? É briga na certa se ele ler um SMS direcionado a ela. Uma infinidade de comportamentos, que para muitos, marcam o individualismo. Ah! Vá!

Entendo perfeitamente que é necessário um espaço de tempo mínimo para se limar miras/alvos. Os famosos cambalachos que os solteiros costumam arrastar. Tudo bem. Tudo bem mesmo. Agora sejamos pontuais: isso cabe no início da empreitada. Depois cabe apenas respeito. Bora entender o que é respeito?

Respeito: Maneira legal e inteligente de olhar para o outro sem gerar situações constrangedoras, burocráticas e antipáticas. Lindo! Lindo!

Feito isso, ninguém terá a vontade louca de bisbilhotar. O sentimento punk da curiosidade. A ação instantânea de arregalar olhos e abrir ouvidos em total esforço de concentração para absolver linhas e falas.

Sugaram a ideia? É. Vai acasalar? Apruma a vida, dispensa essa e aquela. Garante paz e sossego. 

Dito?




2 comentários:

Dre Felinto disse...

Muito bom o texto e o assunto em questão! Parabenizo minha querida amiga e autora deste blog pelos temas abordados aqui. Em relação a este texto, acredito que o maior agravante, em problemas de confiança, é que as pessoas não são sinceras com seus sentimentos (ou consigo próprio). Hoje em dia é muito comum fingir - por receio de não ser aceito ou amado - encontram nas máscaras uma estratégia de "agradar" os outros e manter uma "vida fantasia", em alguns casos, para não ter que tomar decisões e sustentar a mentira que prefere defender. As pessoas não escondem apenas mensagem em celulares e email's, ocultam o que realmente possuem dentro de si.

Andreza Mota disse...

Dré suas colocações sempre acrescentam. Obrigado pela audiência.

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