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terça-feira, 13 de maio de 2014

Quando se está solteiro é provável que se olhe para muitos lados e não existe problema quanto a isso. Se não temos alguém para admirar, porque não aproveitar aquele tempinho para observar quem corta nosso caminho?

Entre uma conferida, um comentário e uma passeada por gente que conhecemos e ambientes que frequentamos, assumimos um papel avaliativo bastante condenatório. Somos capazes de julgar o outro por inúmeros fatores e produzir análises frias daquilo que os olhos captaram em frações de segundos.

O ser humano se coloca em condições nada favoráveis ao outro quando se quer atingir um perfil pré-estabelecido. E essa busca por alguém com características definidas é tão 'natural' que passamos despercebidos pela agressão que aplicamos ao outro ao dispor de uma lista de particularidades e predicados. Como se essa catalogação nivelasse algum grau de excelência a ser atingido por aquele que venha a preencher nossas entranhas amorosas.

E exemplifico isso numa facilidade aterrorizante. Circulo entre amigas tradicionais que pretendem vivenciar todo o ritual de um casório até aquelas alternativas, que nem se imaginam mães. E daí? Consigo visualizar claramente o comportamento arraigado, sustentado por convenções sociais nada promissoras. Sou do contra? Até pode ser. Mas tenho argumentos que costumam ser levados em consideração por quem inicialmente não concorda comigo.

Apontando esse ou aquele 'defeito', o time rosa sempre chega aos seguintes pontos: o físico e/ou o bolso.

Incrível como tudo parece girar em torno do visual e do aspecto financeiro e facilmente deixar todas as outras questões de lado, ignorando aquilo que, se dada à oportunidade de conhecer, nos servirá muito mais.

Numa dessas falações toda, foi apontada a possibilidade de uma das amigas, que compõem um grupo de cinco, se relacionar com um figura conhecido por apenas duas delas. A reprovação e as defesas contra o rapaz foram as mais discriminatórias que se podem imaginar.

Aquelas que não o conheciam verbalizaram que ele a pediria em casamento após o primeiro beijo, que o moço jamais encontraria uma mulher (do porte dela) que permitisse abertura... Que seria motivo de canonização o ato de dar uma oportunidade ao mesmo... E tantas outras colocações preenchidas de juízo antecipado. De deprimir.

Estarrecida e não convencida pelo discurso calei. Dei conta do tom das brincadeiras de péssimo gosto e da afiada repulsa a ideia do rapaz de se tornar namoradinho da nossa companheira. E só pude constatar isso por ser uma das criaturas que o conhecem de fato. Foi constrangedor. Difamatório. Não que eu nunca tenha sido discriminatória. Não. Não preciso informar da minha acidez barata quando tiro alguém para Cristo sendo crucificado. Menos ainda afirmar sobre a minha ávida forma de criticar aquilo que tem propensão de ser melhorado sem muito esforço. Mas partir, sem prévio conhecimento a julgamentos... Não é do meu feitio. Não condiz com minha conduta.

Quis dizer as opositoras à relação fora dos moldes sociais, que talvez o motivo pelo qual, todas, todas estavam soltas pelo mundo (sem nem um sapato cansado para calçar, inclusive eu), podia ser essa ‘coisa’ de buscar no outro aquilo que vem sendo posto como padrão. Talvez nem tenhamos nos dado conta que estamos contaminadas por conceito prontos, receitinhas e fórmulas de perfeição.

Por acaso, em minha leitura semanal, Ivan Martins (um dos meus colunistas pre-fe-li-dos rs) me surpreende, como tantas outras vezes. Sustenta meus argumentos, de forma semelhante, com propriedade e autenticidade. Só acrescentando e pondo ainda mais tempero à discussão. É como se ele dissesse a mim que não estou a defender uma ideia desfalecida e absurda. Dei pulos de satisfação.

Assim, sugiro que façam essa deliciosa leitura e apreciem as linhas do Ivan, intituladas de Fora da Caixa. Garanto que gostará!

 

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