O rit do homem dominado

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Há cerca de um mês uma amiga fez um pedido inusitado:
_Conta a história do meu casamento pela sua ótica, com piadinha e falta de consideração.

Parei bruscamente, semelhante a quando não se espera que o sinal fique vermelho.

Não fiquei feliz com a ideia. Falar de algo que você não tem experiência é dizer que não gosta de uma determinada fruta sem nunca ter saboreado.
Diante de uma insistência insuportável tive que baixar a guarda. Melhor, fiz um acordo.
Narraria o drama sob a condição de opinar e de não perder o fio do riso.

Tudo acertado. Vamos nos deleitar?

Um enlace de sete anos. Isso mesmo: O número do azar, da sorte, do mistério, do que você quiser e do que as crenças e lendas permitirem.

Nenhum herdeiro. Nenhum bem conquistado. Nenhum futuro pela frente.
E não estou sendo cruel e desacreditada. É a pura e homogênea verdade.

Como pode alguém não planejar? Querer construir? Participar?
Eu não entendo como duas pessoas resolvem se juntar sem sonhos, metas... Sem sei lá mais o que (perdi o raciocínio).
Se amarrar só por se amarrar não tem graça, comigo não tem chance. O legal da vida é você sonhar, materializar pensamentos e ao olhar os passos dados na areia de nossas praias, o orgulho invadir a alma e soprar a sensação de bem estar, de dever cumprido, de real e palpável.

Eu posso está filosofando, dizendo coisas sem nexo, mas não estou mentindo. É o que tenho comigo.

Vou facilitar. Trocar em miúdos.

Para que diabos eu vou me envolver, morar, dividir a cama com alguém que não pretende obter conquistas. Eu não quero. Você quer?
E que atire todos os paralelos das ruas de Ará quem me condena e nunca pensou nisso (estarei esperando as pedradas após concluir esse texto).
É fato que nada é tão fugaz entre dois seres, em especial quando se quer levar a vida acompanhado e a maturidade não comanda o ritmo do baile.
E o pior ainda está por vir. Tem a ver com o título do poster, que até agora não teve relação alguma com o que escrevi. Soa muito evidente que a pergunta deve está sendo, "O que tem a ver a cueca com a calça?" ou " O título com o escrito?".

Adianto que opitei por batizá-lo assim uma vez que o que descreverei mais à frente tem sido evidenciado nos últimos dias.

E voltemos...

O reflexo desse casório reprovado é que, além de não existir um palmo a frente dos cônjuges, ninguém se dá bem com ninguém. É um tal de implicar um com o outro, de discordar, de gritar e de mandar embora. Leia-se: Faça suas malas.
Existe beleza nisso? Aturação? Companheirismo? Não vou falar nem em amor porque é algo que ainda não explorei por aqui e que por enquanto não quero dar a cara à tapa.

Ai entra o "ulá lá" da história.

A fêmea do conto, que não é de fadas, tenta dominar os passos, os olhos e o e telefone do parceiro. Novidades por aqui? Não mesmo. O que tem de mulher dando "chilique" por pouca coisa não é brincadeira (e colegas não estou defendendo a trupe das sungas - só pontuando que tem moças muito exageradas).

A senhorita de seus quase 30 anos, tomou para si o novo hit do momento, a música ( posso chamar assim?) "Vou não! Quero não! Posso não! Minha mulher não deixa não!".
Quando digo tomou para si, quero dizer utiliza-se dela de maneira explícita e ágil, ao ponto de achar divertido querer que o marido a coloque como toque musical do próprio celular. Se esse fosse o problema, seria o menor dos menores, sem males e infantilidades.

A confusão se faz quando usa-se a hashtag #dominado.
Pode ser que até exista homem para isso, que curta (no maior estilo facebook, com direito à sinal de positivo) sem nenhum entrave esse tipo de comportamento. Agora convenhamos, que mulher ficar de "cri cri" porque o "dito cujo" foi dar uma voltinha (avisada), beber com os amigos (aprovados) e jogar aquele futebolzinho de fim de tarde... É um show a parte que muitos não querem ver.

Admito que já impliquei com algumas coisitas que foram ditas acima, e por isso acrescentei em parenteses o que pode facilitar a vida do casal. O tempo passou e hoje o que me incomoda mando "às moscas", com pose e elegância.
Uma boa conversa, onde se aponte o que não se gosta e o que chateia é uma estratégia barata e de poucos estragos ( claro que se usada junto à educação e o bom senso).

Espero que minha amiga, se é que permenecerei sendo chamada por ela assim após a leitura desse emaranhado de linhas, visualize de forma inteligente seu campo de ação. Que cante e faça graça com a letra do "minha mulher não deixa...", no entanto, ampliei seu conceito de casamento.

Para descontrair...
Amiga o recado que te deixo é: Mulher Melhore! (rs).


2 comentários:

Arícia Menezes disse...

kkkkk adorei o texto. Fiquei um pouco "assim" pq sou uma dessas pessoas que não têm planos, mas, enfim, se tá bom desse jeito... =)
Mas concordo totalmente com as saidinhas naturais, apesar de ficar roendo as unhas em algumas vezes xD oras! Sou insegura, ué, afinal, sou mulher =*

Marcela disse...

Quando terminei o deleite nestas linhas minha cabeça permeou de idéias, concordâncias e até ia além com exemplos do casamento aqui. Mas a democracia do (espaço) blog me agrediu...enfim... Vamos tomar uma e te conto o quanto achei o post maravilhoso...

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